Em algum momento ser brasileiro passou a ser definido pelo ódio à Argentina. Querer ganhar dos vizinhos no futebol passou a ser um traço essencial da nossa nacionalidade. Me dou mal nessa: não apenas não dou a mínima para isso como vou sempre à Argentina e tenho otimos amigos nesse país.
Mas ao contrário do que pode parecer, odeio perder para a Argentina. Odeio ser goleado por eles. E o pior é que tomamos sovas absurdas deles todo santo dia:
- IDH: eles são os 45o do mundo, e nós somos os 78o.
- 13,4 por mil crianças argentinas morrem antes do primeiro ano de vida, contra 19,3 das nossas.
- 97,6% dos argentinos sabem ler e escrever, contra 90,4% dos brasileiros.
- A expectativa de vida de um argentino é 75,3 anos, contra 73,5 dos brazucas.
- Nosso PIB per capita é 11.3oo dólares, contra 14.332 deles.
- Lá todas as pessoas tem os mesmos direitos em relação ao casamento e adoção. Aqui os gays não existem para esses assuntos.
Gosta de odiar a Argentina? Acha que ser brasileiro é odiar o país vizinho? Tá. Então odeie perder para eles nesses quesitos. Uma derrota no futebol é ruim mas dá pra aguentar. Mas essa goleada nos indices sociais deveria fazer quem odeia a Argentina querer vomitar. Mas não: a derrota que faz eles se importarem é só a futebolística mesmo. Que nosso povo morra. A vitória no futebol é o que importa a essa gente. Bela definição de patriotismo.
clap, clap, clap, clap...
ResponderExcluirIsso para não falar dos cinco Nobels que eles têm, dos três Oscars (bom, vamos ganhar um com Tropa 2, ou nunca mais assisto um filminho sequer na vida).
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