Houve um tempo mítico em que ser feminista era queimar sutiãs, exigir direitos iguais (como ao trabalho, por exemplo), defender a liberdade de escolha e falar que homem não prestava. Foi a infância do feminismo. Uma vez que a igualdade formal foi conquistada, seria de se esperar que o discurso entrasse em uma nova fase. Na qual se aceitasse de uma vez por todas que nada mais feminista que permitir que as mulheres escolham livremente como desejam viver sua vida. Inclusive serem donas de casa submissas, caso se sintam felizes assim. E lutar para que a igualdade de direitos se traduza em igualdade de fato.
Creio que em parte foi isso mesmo o que aconteceu. Felizmente conheço muita gente (inclusive muitos homens, aliás) que tem exatamente essa visão. No entanto, teve uma galerinha que ficou pra trás, seguindo um feminismo absolutamente infantil que só serve para banalizar o feminismo de verdade e causar confusão na cabeça dos desatentos.
Você conhece o tipo. É aquela figura que acha o máximo falar que homem não presta, não vale nada, só pensa em sacanear mulher (se ouve alguma história envolvendo problemas de um casal, presume que a culpa é toda do cara, já que "homem não vale nada"), mas não aceita que homens façam qualquer restrição às mulheres. Nem piada, na verdade. Esse tipo morre de rir com os trilhões de personagens tipo Homer Simpson, o homem bobão que só pensa em comida, cerveja e TV, mas fica absolutamente à beira de um colapso nervoso com qualquer piada no sentido oposto.
Vez por outra posto no facebook alguma do blog Testosterona, o tipo da coisa que eu gosto. As piadas deles são propositadamente anti-mulher num nível tão absurdo que evidentemente só pode ser piada. Não há como se achar que quando posto uma coisa daquelas estou defendendo coisas tipo "minha mulher pediu para ver as coisas do ponto de vista dela. dei uma olhada pela janela da cozinha". Ora, francamente, será possível que alguém (que me conhece, ainda por cima!) vá achar que eu penso isso DE VERDADE?
Sim, as feministas que pararam no tempo e entopem todo tipo de post como esse com comentários me xingando de machista. Na verdade isso pra mim nem é feminismo, é criancice mesmo. Que tal, ao invés de encher o saco de alguém como eu, ir reclamar dos publicitários e suas propagandas que só sabem tratar as mulheres como objetos de desejo ou chatas mandonas, aí sim, reforçando estereótipos?
Ou melhor ainda: lutar pela idéia (essa sim, libertária) de que homens e mulheres são seres plurais, múltiplos, impossíveis de serem aprisionados em um punhado de lugares-comuns. O feminismo com o qual me identifico é esse. Mas muita gente prefere achar que todo homem é safado e toda mulher é coitadinha. Deve ser tranquilizador viver num mundo tão organizado e cheio de certezas. Pra gente burra deve funcionar muito bem.
Eu concordo contigo!!! Um vez dei um chilique por causa desse tipo de piada, mas depois parei e revi minha posição. Esse negócio de que mulher é sempre a coitadinha é a maior babaquice. Tem muita mulher ordinária sacaneando cara legal por aí.
ResponderExcluirPenso da mesma forma e inclusive conheço homens que são mais "feministas" do que muitas nulheres. Acho que algumas feministas se perderam no discurso e isso inclusive contribui para a imagem negativa que muitas pessoas desinformadas tem sobre o movimento. Uma pena. Mas também me racho de rir quando vejo videos da TV Macho do programa TV Pirata. Hoje talvez provocasse alguma polêmica, mas é n[itido que estão tirando o sarro do estereótipo do "machão". O que acho incrível! Mas tem gente que gosta de ver pêlo em ovo.
ResponderExcluirSeu problema (ou sulução) Tiago é no fundo vc gosta desse jogo de provocar, ser provocado e depois poder dar uma boa resposta... No fundo vc se diverte mais do que se aborrece, então... fazer o que...
ResponderExcluirPois é. E quando o homem é o o agredido? Vc tem que engolir a agressão. Pq se vc ousar se defender pode causar um roxo hematoma, daí fudeu...
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