Nas últimas semanas dois veículos líderes do seu segmento de mídia (Veja e TV Globo) fizeram mudanças importantes em postos de comando. Segundo gente que entende do assunto, isso teria relação direta com uma mudança nas relações da grande imprensa com o governo, mudança que estaria já em andamento.
Segundo esse argumento, Dilma e a grande mídia teriam concordado que é hora de acabar com a postura histéricamente anti-governista de alguns desses veículos. As denúncias contra os ministros seriam parte da boa convivência, pois graças às denúncias Dilma se livrou de ministros que não gostava e não escolheu, e ainda passou a ser vista pelo povão como incorruptível, alguém que "não dá moleza pra ladrão". Deixou de ser "a sucessora escolhida pelo Lula" e passou a ser Dilma Rousseff.
Não sei se é verdade. Mas bem que faz sentido. Na verdade, a postura anti-governista de alguns desses veículos sempre me pareceu absurda. O governo Lula não fez mal nenhum aos empresários, muito pelo contrário: o PT virou um partido cujos defensores comemoram os recordes de lucro dos bancos e se vangloriam de terem feito a burguesia ganhar mais dinheiro do que nunca. Além disso, gostemos ou não, Lula foi o presidente mais popular da história. Qual o sentido de se posicionar francamente contra um governo que fez tudo o que eles gostam e ainda é querido?
O caso da Veja me parece simples cálculo. Em um momento em que a imprensa escrita perde terreno para a internet, a revista conseguiu de fato se tornar uma voz importantíssima no debate político. Ela é a bíblia da direita e o que os governistas lêem para saber do que têm de se defender. De resto, uma revista semanal pode supor que sobreviverá apenas com um público de reacionários com dinheiro no bolso. Mas e o canal de TV líder de audiência, que precisa da audiência de uma população que ama o governo?
A bem da verdade, quem se lembra da Globo nos anos 80 sabe que ela pega relativamente leve com o governo. O que ela fez com Brizola, por exemplo, ou com o próprio Lula em 89 faz a postura atual parecer delicada. Mas de toda forma, as organizações Globo como um todo (bem como vários outros veículos, como o Estadão e a Folha, agora transformada em um jornal de tom direitista) se posicionam de forma incompreensível, como se Lula tivesse tentado transformar o Brasil em um país socialista. Só posso imaginar que isso seja resquício das brigas do passado, estupidamente ainda nao superadas.
Mas digo o seguinte: graças a deus existe a internet. Que me proporciona praticamente não ler jornais e revistas nem ver TV aberta para me informar. Pois estou de saco cheio desse quadro em que alguns veículos de mídia só pensam em atacar o governo e outros só querem defendê-lo. E quem quer informação e análise fica perdido.
Televisão é um saco!!!
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