Só que ao mesmo tempo, as forças de oposição ao moralismo dominante tampouco lhes ofereciam abrigo. A genial geração de músicos latino-americanos dos anos 60 por essa época já estava convencida de que uma modernização da música tradicional de seus países era o caminho. Não é que odiassem rock, mas pouco viam de relevância nesse gênero. Assim, esses conjuntos tampouco podiam contar com o apoio integral daquele que poderia ser seu público.
E tampouco a história foi justa com eles. Uma vez que os bem pensantes do continente são inteiramente favoráveis à MPB e seus equivalentes nos países vizinhos, esse pessoal simplesmente não existe para a crítica musical. No longo prazo acabaram silenciados de uma forma que as ditaduras daquela época teriam adorado.
Tudo isso me faz sentir um carinho especial por esses caras. Certamente não tiveram a estatura de gente como Milton Nascimento, Mercedes Sosa ou Ruben Rada. Mas tiveram méritos indiscutíveis. Tentaram misturar o rock com a música de seus países, com uma ousadia que a maioria dos gênios da geração anterior não teve. E apesar de serem rejeitados por governos, sociedade, história e crítica musical, deixaram seu recado. A eles, toda a minha admiração.
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