Aproveito o episódio para uma reflexão. PHA é a face mais visível de toda uma estrutura de blogs que se criou para defender o governo. Não acho isso errado. Como disse no post de ontem, e qualquer um pode observar com facilidade, os grandes veículos de imprensa são majoritariamente oposicionistas. Atacam o governo o tempo todo, tentando impor sua própria agenda ao debate político. Do ponto de vista da estratégia política, essa rede de blogs é um grande acerto do governo. É uma forma eficaz de fornecer contra-argumentos ao que se vê na grande imprensa. É parte do jogo.
Meu problema é outro. Talvez seja ingenuidade minha, mas eu não esperava que essa rede petista tivesse rigorosamente os mesmos defeitos da grande imprensa. É o mesmo saco de gatos que mistura acadêmicos de renome defendendo suas boquinhas no governo, com jornalistas oportunistas querendo popularidade e proximidade com o poder, militantes alucinados e pessoas asquerosas produzindo ataques absolutamente desqualificadores.
Em suma, não há diferença entre Reinaldo Azevedo e Paulo Henrique Amorim, ou José Artur Gianotti e Emir Sader. São pessoas que mentem, distorcem, caluniam, tudo em nome de seu próprio interesse. E servem para alimentar os argumentos dos pobres coitados que compram apaixonadamente as versões governista ou oposicionista do mundo. No fim só servem para isso: produzir discursos que serão repetidos acriticamente por gente que se entrega voluntariamente ao papel de massa de manobra de um dos dois grupos que disputam o poder.
Que a Veja seja assim, estamos acostumados há décadas. Mas ver pessoas supostamente progressistas acreditando cegamente no mesmo tipo de estratégia quando ela defende seu lado, aí eu fico um pouco mais desiludido.
É verdade Tiago. Não sei se as comparações são adequadas (Reinaldo Azevedo é de matar!... uhauhauhauha). Mas eu acho que isso é um efeito do próprio mercado da notícia. Quer dizer, vejo que há uma segmentação nesse mercado. Os veículos, sejam na grande imprensa ou nos meios alternativos, vendem a notícia que o seu público está interessado/disposto a ler/ouvir/comprar. Mais do que uma conspiração contra o governo ou contra a oposição (embora haja de fato alinhamento político-ideológico das redações e dos divulgadores), o que parece estar em jogo é a garantia de parcelas do mercado. Há uma opinião pública que se informa, mas que escolhe as notícias com as quais quer se informar. Vejo que essas disputas mais acirradas se dão no campo da mídia impressa, cada vez mais em busca de um sentido de existir frente ao avanço da internet. Na TV, a coisa ainda parece sob controle. Os grandes noticiários sabem que o público é mais heterogêneo, embora saibam também escalonar esse público (e esse escalonamento provavelmente ajuda na hora de priorizar as notícias que se pretende oferecer).
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