quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Que viva o Islã!



Recebi dia desses uma pergunta anônima no formspring com o seguinte teor: por que os muçulmanos odeiam tanto o ocidente?
Confesso que fiquei paralisado. Não soube o que responder. Tal ponto de vista viola a lógica mais elementar. O Brasil é repleto de imigrantes muçulmanos e seus descendentes. Muitos deles são figuras proeminentes da nossa sociedade: Pedro Simon, Tasso Jereissati, Garotinho, Paulo Maluf, etc. Você pode gostar deles ou não. Mas jamais os imaginará com uma arma na mão atirando em cristãos. Toda cidade brasileira de tamanho médio ou grande tem uma mesquita, e ninguém anda nas ruas com medo de seus frequentadores.
Claro que quem pergunta algo como o que mencionei está pensando nos atentados de 11 de setembro. Uma resposta possível seria na forma de outra pergunta. O que matou mais gente: os atentados comandados por Bin Laden ou as intervenções ocidentais no mundo islâmico? Some o imperialismo, as conquistas, as guerras fomentadas pelo ocidente (Irã-Iraque, por exemplo) e aquelas que tiveram cristãos como protagonistas (como as guerras do golfo), e certamente você concluirá que para cada cristão morto por um muçulmano, há centenas ou milhares de islâmicos mortos por cristãos.
Enquanto pensava nisso tudo não consegui deixar de pensar num dos maiores ídolos que já tive nesta vida: Cat Stevens, grande músico inglês que se converteu ao islamismo em 1978, e desde então abandonou a carreira, e é conhecido como Yussuf Islam. Botei seu nome no google e apareceu o verbete sobre ele na wikipédia, muito esclarecedor. Veja o que está escrito, e como termina. Me diga se depois de ler isso resta alguma dúvida sobre quem odeia quem:
"Seu pai é de origem greco-cipriota e sua mãe de origem sueca. Vendeu 40 milhões de álbuns, principalmente entre as décadas de 1960 e 1970. Em1971, escreveu uma música para o filme Harold and Maude (no Brasil: "Ensina-me a Viver"). Entre suas canções mais populares estão "Morning Has Broken", "Peace Train", "Moonshadow", "Wild World", "Father and Son" e "Oh Very Young".

Stevens se converteu ao Islão e abandonou a música em 1978. Desde então passou a se dedicar a atividades beneficentes e educacionais em prol da religião. Toma muito cuidado quanto ao uso de suas músicas. Muitas delas dissertam a respeito de temas de sua vida anterior à conversão, e Stevens não quer mais ser associado a eles. Não surpreende que nunca tenha permitido que qualquer de suas canções fosse usada em comerciais detelevisão. Apesar de estar há quase 30 anos afastado da indústria musical, os trabalhos anteriores como Cat Stevens continuam vendendo uma média de 1,5 milhão de discos por ano.

Criou seu próprio selo fonográfico, a Ya Records, pelo qual já produziu dez discos de música religiosa e espiritual. Fundou três escolas muçulmanas em Londres e uma organização sem fins lucrativos, Small Kindness, reconhecida pela ONU e através da qual presta ajuda aos órfãos de conflitos comoBósnia, Kosovo e Iraque.

Em 2004, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos impediu a entrada dele no país, após incluí-lo na lista de vigilância por atividades provavelmente relacionadas ao terrorismo.


Imagine se uma pessoa que dedicou décadas de vida ao catolicismo, protestantismo ou judaísmo fosse impedido de entrar em um país islâmico por suspeitas de terrorismo. O que acharíamos?


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