domingo, 1 de janeiro de 2012

Política: uma questão de gênero



Dia desses me deparei com uma foto do líder francês, Nicolas Sarkozy, com sua linda mulher, a cantora Carla Bruni, 12 anos mais jovem. Daí danei a viajar: o que aconteceria se Dilma Rousseff ou Cristina Kirchner fizessem algo parecido?
Teoricamente nada impediria isso. As duas são livres e desimpedidas. Teriam todo o direito do mundo a procurar uma cara-metade. E não há nada de errado em encontrá-la em um artista mais jovem. Nossa presidenta poderia se casar, digamos, com o Kadu Moliterno, 5 anos mais jovem que ela. Já a charmosíssima presidenta argentina poderia talvez reencontrar a felicidade ao lado de, por exemplo, Fito Paez, nascido 10 anos depois dela.
Mas evidentemente que você e eu sabemos que não há a mais vaga possibilidade que isso aconteça. Vivemos num mundo em que mulheres são vistas como fracas e manipuláveis. A associação de uma presidenta com um artista musical seria um desastre total para sua carreira. Seria vista como tola e futil, todos temeriam que ela se descuidasse do governo e teriam certeza de que o novo conjuge seria o presidente de fato, com consequencias desastrosas.
Enquanto isso Sarkozy colheu muitos frutos de sua decisão pessoal. Certamente os franceses se orgulham de ter uma primeira dama daquelas. Imagino facilmente os homens pensando "mandou bem, chefe!". Nenhum cidadão deve ter temido que a loira governe de fato a França.
E claro que o problema não se restringe à questão afetiva. Mulheres na política têm de ser duronas, assertivas e até eventualmente agressivas o tempo todo. Precisam provar 24 horas por dia que não são "mulherzinhas", que vão se desmanchar em lágrimas na primeira dificuldade. Um inferno.
Na verdade não é muito diferente do que as mulheres em geral enfrentam na sua vida cotidiana. E esse aí é o ponto. Falei de Dilma e Cristina apenas para chegar nisso: não importa o que dizemos em voz alta. Todos nós, homens e mulheres, fomos programados para pensar no sexo feminino dessa maneira. E se livrar disso é dificílimo.

8 comentários:

  1. Viver com isso é que é um saco, uma dor no saco, que segundo diz meu irmão é pior do que colica mestrual (coisa que eu duvido muito)!

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  2. Acho desnecessário dizer que não sei o que é uma cólica menstrual, mas posso te garantir que dor no saco é para se arrepender de ter nascido, rsrs

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  3. Lembremos da Marta Suplicy que após eleita prefeita de São Paulo fez uma troca de maridos, o que causou problema a sua imagem. Teve até quem a criticasse diretamente pela televisão, só que não digo quem foi.


    Danian.

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  4. Sim Tiago, não é diferente da vida de uma mulher independente e que demonstre opinião. No Brasil a cultura ainda é muito machista e as mulheres submissas e dependentes ainda são vistas com bons olhos para casamento. Enquanto que as independentes e fortes, ou são alvos de aproveitadores, ou são aquelas que os homens transam. Claro que dei uma generalizada, a coisa não é totalmente assim ou assado, tem as execeções, mas no geral é assim.

    Beijocas

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  5. Certo, fomos programados pra certas ideias, mas questioná-las já é um baita passo pra escapar dessa programação. Não indagar certas coisas é simples questão de comodidade. É mais fácil falar da troca de maridos de uma mulher na política do que dos problemas gerais da política e vivemos numa sociedade que sempre opta pelo mais fácil. Fazer-se-á o quê? Como bem sabemos, há criaturas com quem não se pode debater. Sabemos que é ridículo essas diferenças de tratamento em relação a homens e mulheres, mas no meio em que andamos é uma grande coisa tentarmos mudar ao máximo nossas ações programadas, já que pouco se pode fazer ao modo de pensar alheio.

    Putz, o negócio é que eu nem sei o que falar. É uma questão ridícula essa. Cada um faça o que quiser e pronto, seja homem ou mulher.

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  6. Balela. Ana maria braga, susana vieira, marília gabriela, etc. o que importa é a postura. O interesse financeiro sempre vai existir. E elas tb se beneficiam sexualmente e aparecendo com homens jovens. É uma troca. Normal.

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  7. Eu sou preconceituosa com esse lance de idade,assumo aqui.Acho que relações com muita diferença de idade não duram muito,nem tão pouco dão certo,mas enfim...
    Agora esse lance de mulher submissa,acho que,hoje em dia, são rarissimas!Taí em baixo dos nossos olhos,o mulherio tá botando pra quebrar geral!Mas ainda é preciso vencer as diferenças gRItantes de tudo que elas podem fazer como homens e ainda receberem salarios menores.E esse lance de fragilidade tô pra dizer de fonte segura,já que sou mãe de dois homens,o sexo frágil é o masculino.Eles sim são mais inseguros e quando pegam pra ser chorões...Mama Mia!

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  8. Se Cristina quisesse substituir o Kirchner (com todo respeito ao saudoso penguino) por Alves de Almeida, aceitaria prontamente, mesmo ela sendo 30/35 anos mais velha que eu.

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