terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Chuva e indiferença




Estou no interior de Minas, um daqueles lugares que tem época marcada para aparecer na TV o dia todo. Voce conhece a reportagem padrão de todo ano: noticias sobre chuvas torrenciais, dados sobre quantos metros o rio subiu, quantas pessoas morreram, depoimentos comoventes de pessoas que perderam tudo, a defesa civil desesperada tentando tirar moradores que não tem para onde ir das áreas de risco.
Qual o problema disso tudo: o fato de que todo ano é a mesma coisa. Não adianta ficar fornecendo dados sobre chuva. Todo ano chove. Todo mundo sabe a época do ano em que vai chover absurdamente em sua cidade. Aqui em Minas é na primeira quinzena de janeiro. No Recife normalmente é em junho. A chuva todo ano é a mesma, não há novidade nenhuma.
Logo, a culpa não é da chuva. Todo mundo sabe que ela vai cair, não é como se um avião gigante caísse do nada em cima da minha casa. Então por que diabos ninguém faz nada, absolutamente nada para proteger as pessoas ou minimizar os danos?
Pelo que escrevi no outro dia. Nossos governantes nada mais são do que gerenciadores de crises. Administram o problema que existe no momento. Não pensam no futuro. Por isso nossa educação é um lixo: deixa eles ficarem adultos pra gente ver como resolve o problema deles. Ninguém, absolutamente ninguém, tem um projeto de longo prazo do tipo "daqui a 20 anos temos de ter resolvido esse problema". Não, só existe o agora. Fazemos doações aos desabrigados, choramos os mortos e reconstruímos as casas, se tanto. E ano que vem somos "surpreendidos" por outra chuvarada.
Então vamos combinar assim. Este ano tem eleição pra prefeito, o tipo de cargo que é responsável por pensar nesse tipo de coisa. Que tal se todos nós levássemos isso em conta na hora de escolher em quem vamos votar? O partido que está no poder fez algo para prevenir essas desgraças? E o governo anterior? Os que postulam o cargo têm algum projeto? Se fizéssemos isso não era grande coisa, mas garanto que era um bom começo.

2 comentários:

  1. Esse é o começo do tudo realmente. participação política com propostas e viabilidades atingíveis.

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  2. É a "revolussaum" que "nunca antes existiu na história deste país", dos esquerdistas Lula/Dilma (se bem que MG é do PSDB, mas no fundo PT e eles já são a mesma coisa).

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