quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Passando a régua: a prisão dos mensaleiros

Há uma semana quatro envolvidos no chamado mensalão foram mandados para a cadeia. Era um feriado de sexta-feira. Muita gente com tempo livre para postar o que quisesse. O facebook virou uma guerra. De um lado os que achavam que uma nova era começava. De outro, os que viam o domínio das trevas. E o clima se polarizou de tal maneira que eu sequer consegui postar nada no blog. Vamos tentar recomeçar.

Podemos começar pelo seguinte: houve crimes cometidos? Obviamente que sim. Ninguém em sã consciencia vai negar a culpa de gente como Delubio e Marcos Valério. E só os mais fanáticos defensores do governo vão negar que isso foi feito de forma institucional. A coisa aconteceu, e o fato de governos anteriores terem feito o mesmo não é desculpa.

Por outro lado, qualquer um que acredite na ideia dos tres poderes sabe que houve extrapolações absurdas nesse caso. José Genoíno jamais deveria ir para regime fechado, por motivos médicos que são indiscutíveis. José Dirceu foi condenado sem provas, baseado numa teoria que normalmente visa absolver gente que normalmente seria condenada (a "teoria do domínio do fato"), mas que foi utilizada no sentido oposto, como mostrou a Folha ( a Folha!) hoje. Não digo que ele é inocente, e acho que ele não é. Mas condenar alguém sem provas conclusivas é inaceitável.

O grande problema nisso tudo é aquilo que se pode descrever como uma completa loucura coletiva. Os que comemoram as prisões fazem isso baseados numa visão que poderia justificar linchamentos na luz do dia. Não gosto dessa gente do PT, todos são ladrões, cadeia neles. Quem é governista vai pelo outro lado: o Brasil vive uma ditadura midiática, da qual Dirceu e Genoíno foram parte, e viraram presos políticos (uma ditadura em que se vai para a cadeia por apoiar o governo? alo?)

O Brasil em que eu quero viver é um país em que criminosos vão para a cadeia. Não um em que corruptos tenham mão livre para roubar. Muito menos um em que acusações sejam sinal de culpa. Quero justiça, apenas isso. Pelo jeito, é pedir demais.

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